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  • Como é eleito o Papa

    Como é eleito o Papa

    A história do Conclave e o processo de eleição do Papa são elementos centrais da tradição da Igreja Católica. A palavra “Conclave” vem do latim cum clave, que significa “com chave”, indicando que os cardeais são trancados em local reservado até que um novo Papa seja eleito.


    História do Conclave

    1. Origens:
      Nos primeiros séculos do Cristianismo, os papas eram eleitos pelo clero de Roma com participação do povo. Não havia um processo formal e uniforme.
    2. Século XI – Reforma Gregoriana:
      O Papa Nicolau II (1059) estabeleceu que somente os cardeais poderiam eleger o Papa, em resposta a interferências políticas e familiares poderosas de Roma.
    3. Primeiro Conclave formal:
      O sistema como conhecemos hoje surgiu após um episódio em 1268, quando a Sé Apostólica ficou vaga por quase três anos após a morte do Papa Clemente IV. Para forçar os cardeais a decidirem, os cidadãos de Viterbo os trancaram e reduziram sua alimentação. O Papa Gregório X, eleito em 1271, formalizou o sistema do conclave fechado no Concílio de Lyon (1274).
    4. Desenvolvimentos posteriores:
      Ao longo dos séculos, papas e concílios fizeram ajustes nas regras do Conclave para garantir maior sigilo e independência na escolha.

    Como se elege um Papa hoje

    As regras atuais estão detalhadas na constituição apostólica Universi Dominici Gregis, promulgada por São João Paulo II em 1996 e modificada por Bento XVI e Francisco.

    1. Período de Sé Vacante

    Após a morte ou renúncia de um Papa, inicia-se o período chamado de sede vacante. O governo da Igreja é temporariamente assumido pelo Colégio dos Cardeais, que não pode alterar normas da Igreja nem tomar decisões importantes.

    2. Participantes

    Somente cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto. Atualmente, o número máximo de eleitores é 120.

    3. Local

    O Conclave acontece na Capela Sistina, no Vaticano. Os cardeais ficam isolados na Domus Sanctae Marthae, sem comunicação com o mundo exterior.

    4. Votação

    • Cada cardeal escreve o nome do candidato escolhido em uma cédula.
    • São necessárias duas votações pela manhã e duas à tarde.
    • Para a eleição ser válida, o candidato precisa de 2/3 dos votos.
    • As cédulas são queimadas após cada votação.
      • Se ninguém é eleito, a fumaça é preta.
      • Quando há um eleito, a fumaça é branca.

    5. Aceitação

    Após eleito, o decano do Colégio pergunta: “Aceitas tua eleição canônica como Sumo Pontífice?”
    Se aceitar, o novo Papa escolhe seu nome pontifício e é apresentado ao povo com o anúncio:

    Habemus Papam! (“Temos um Papa!”)


    Curiosidades

    • O Papa não precisa ser cardeal nem bispo, mas deve ser homem batizado e católico (na prática, elege-se sempre um cardeal).
    • O Papa Gregório X criou o Conclave em 1274.
    • Bento XVI, em 2013, foi o primeiro Papa a renunciar em quase 600 anos.

    A maior preocupação é a influência externa sobre a eleição papal. Como vimos no texto, houve uma interferência direta na eleição do papa principalmente no século X. 

    Só para se ter uma ideia, no final desse período de interferência houve um antipapa chamado Bonifácio VII que assumiu o trono de Pedro por três vezes. Um Papa verdadeiro era eleito, tirava o Bonifácio VII; morria o Papa voltava o Bonifácio VII. Um horror! Este fato é contado no livro As Verdades que Nunca Te Contaram sobre a Igreja Católica, do diácono Alexandre Varela e sua esposa Viviane Varela. Recomendo muito que assinem o Instagram deles que se chama @ocatequistaoficial. O blog deles também, O Catequista.

    Sobre a questão da assistência do Espírito Santo na eleição do Papa, Bento XVI já havia dito: “Eu não diria que o Espírito Santo escolhe o Papa, porque há muitos exemplos contrários de papas que o Espírito Santo obviamente não teria escolhido.” (Livro Bento XVI – O Último Testamento) – exemplo dessa declaração, Bonifácio VII.

    Leia no post O Espírito Santo realmente escolhe o Papa?

  • O Que é a Férula Papal

    O Que é a Férula Papal

    Férula papal (do latim férula pontificalis: bastão pontifical) é uma insígnia papal, em forma de bastão alto, encabeçado por uma cruz.

    Rower (1947), o define como um bastão, análogo ao cetro real, que desde a Idade Média era colocado na mão do papa, depois de sua eleição, para significar o seu poder espiritual e temporal.

    A férula é usada durante algumas celebrações litúrgicas. É semelhante ao báculo pastoral do bispo, mas, diferentemente deste, possui na extremidade superior uma esfera de metal precioso que suporta uma cruz (a qual com um ou três braços horizontais) ou um crucifixo.

    A férula papal é o báculo pastoral característico do Papa, também chamado de Cruz do Pescador . Em vez de ser curva, como o báculo episcopal, na extremidade tem uma cruz. Alguns papas usaram a férula terminada em cruz latina, outros em crucifixo.

    O papa Paulo VI, depois de sua eleição em 1963, encomendou ao escultor napolitano Lello Scorzelli um bastão pastoral para as celebrações litúrgicas solenes. Esta obra, em prata, tomou da férula tradicional a forma de cruz, acrescentando-lhe o crucifixo. Paulo VI usou essa insígnia, pela primeira vez, por ocasião do encerramento do Concílio Vaticano II, em 8 de dezembro de 1965. Mais tarde, ele a usou de forma análoga ao báculo episcopal. Paulo VI e João Paulo II usaram em certas ocasiões a cruz tríplice, com três travessas de comprimentos diferentes, chamada de cruz papal.

    Mais recentemente, papa Francisco, por seu jeito mais simples e despojado, preferiu o metal menos nobre, portava a insígnia de prata.

    Uso litúrgico da férula

    Os momentos litúrgicos da Missa nos quais o Papa porta, na mão esquerda, a férula são:

    • Procissão de entrada.
    • Proclamação do Evangelho.
    • Homilia.
    • Eventuais ritos sacramentais.
    • Procissão de saída.

    Catequese – Igreja católica – Insígnias e vestes papais – Tipos de Cruz