Continuamos a série sobre a Sagrada Eucaristia. Todos os posts são baseados na catequese sobre Eucaristia ministrada pelo Padre Artur Karbowy, S.A.C..
Os textos serão publicados uma vez por semana! Façam uma boa leitura.
Cores das Vestes Litúrgicas
Antes de algumas palavras sobre as cores das vestes litúrgicas, é hora de uma pequena digressão sobre a “moda” litúrgica de hoje. Infelizmente, é triste dizer que os trajes litúrgicos em muitas paróquias são terríveis. Muitas vezes são feitos de algum material de muito má qualidade e decorados com elementos que servem mais para carnaval do que a liturgia. Assim as vezes temos algumas vestes litúrgicas feitas de material totalmente não adequado, que são feias e para elas foram atribuídos alguns símbolos sagrados. Assim podemos encontrar o tecido mais barato, elementos brilhantes horríveis, símbolos patrióticos completamente desnecessários. Deve haver uma cruz na casula. Claro, se motivos delicados relacionados ao Espírito Santo, a Trindade, Maria ou os santos são costurados nele, não há nada de errado com isso. As casulas devem, no entanto, ser o mais simples possível, com uma cruz como seu elemento mais importante e feito de bom material. Sei que nas lojas com artigos devocionais não há muita escolha em termos de casulas bonitas e boas, porque há muito “carnaval” nelas… Às vezes penso comigo mesmo que quando Jesus olha nossas casulas, é claro que está com amor, mas diz: “Filho, o que você está vestindo? Como você definiria a sua aparência? Você simplesmente brilha como uma árvore de Natal”.
Como todos sabemos muito bem, as vestes litúrgicas mudam de cor durante o ano. Tanto as casulas como toalhas do altar, dependendo da época do ano litúrgico e das festas, aparecem na liturgia em cores diferentes. Então, vamos tentar ver por que isso acontece, quando as diferentes cores são usadas e qual é o seu significado.
O Verde
O primeiro é verde. A cor verde é atribuída ao chamado período ordinário, comum, ou seja, a todos os dias do ano que não sejam dias extraordinários – em todos os dias da semana que não sejam Quaresma, Páscoa, Natal, Advento ou outras festas, o sacerdote usa as vestes para a Missa de cor verde. Esta cor significa simplesmente esperança e nossa expectativa de todo o bem da mão de Deus. Eu gosto muito do período comum.
Recordo que um nosso já falecido padre, que no fim da sua vida assistia à Eucaristia apenas do seu quarto, nos viu entrando em casulas verdes – porque acabava de terminar o tempo festivo da liturgia e começara o período comum – dizia sempre: “Enfim, que bom que não estejamos celebrando o Senhor Jesus, pequeno, grande, sofredor ou ressuscitado, mas enfim todo”.
Gosto desta forma de ver o verde, o tempo do cotidiano na Igreja. Afinal, não é um período de menor importância nos mistérios, mas um tempo em que podemos desfrutar de todos os mistérios, ou seja, de todas as riquezas do que Deus fez por nós. É isso que está por trás da cor verde.
O Branco
Outra cor das vestes litúrgicas é o branco. A cor branca é usada durante o tempo da Páscoa, ou seja, por seis semanas, a partir da Páscoa, durante o Natal, ou seja, desde a celebração do Natal até o domingo do Batismo do Senhor, bem como em todas as festas de Jesus não relacionadas à Sua Paixão, em todas as festas em que se lembrem de Maria e santos, mas aqueles que não são mártires. Geralmente o branco é uma cor festiva. Simboliza inocência, pureza, vitória, tudo que foi lavado da sujeira do pecado, o que é simplesmente sagrado. Às vezes, durante as grandes celebrações, os padres vão à missa em casulas de ouro ou em casulas brancas com elementos dourados. Claro, não há cor dourada na liturgia. Sua aparência é, na verdade, uma variante litúrgica branca, que, devido ao alto nível da cerimônia, foi enfatizada com decorações.
É importante lembrar também que o branco na liturgia é a cor que substitui todas as outras. Na prática, isso significa que quando a cor adequada das vestimentas não estiver disponível por algum motivo, ela sempre pode ser substituída por vestimentas brancas, independentemente do período litúrgico.
O Vermelho
Além do verde e do branco, a Igreja também usa o vermelho. Esta cor das vestes litúrgicas está associada ao Espírito Santo e ao martírio. Por isso usamos o vermelho quando nos lembramos dos santos que foram mártires, porque o vermelho significa sangue derramado por Cristo, e quando celebramos festas relacionadas ao Espírito Santo, por exemplo, Pentecostes. Acho que essas duas realidades – o Espírito Santo e o martírio – estão intimamente relacionadas. É impossível morrer pela fé e em nome de Cristo, se antes o Espírito Santo não virá verdadeiramente a nós e tocará nossas vidas com Seu poder. Curiosamente, também na Sexta-Feira Santa é usado vermelha, o que nos lembra a morte de Jesus naquele dia, ou seja, dando vida e derramando Seu Sangue para que possamos receber uma nova vida no Espírito Santo.
O Roxo
A cor roxa também aparece na liturgia em dois tempos do ano. É, claro, durante o Advento e a Quaresma. O roxo simboliza arrependimento e expectativa. É a cor da humilhação, da conversão, da mortificação e ao mesmo tempo da espera das mudanças. Esta cor também é usada durante as missas pelos falecidos, ou seja, em novembro, em torno do Dia de Finados, e durante os funerais. Preto é uma cor fúnebre, mas raramente é usada.
O Rosa
Entre as cores das vestes litúrgicas, há outra cor muito especial que só aparece duas vezes por ano – no terceiro domingo do Advento e no quarto domingo da Quaresma, chamado respectivamente de “Gaudete” e “Laetare”, o sacerdote usa vestimentas rosa. Esses dois domingos são os chamados Domingos da Alegria, que ocorrem na metade desses períodos especiais. A Igreja ilumina levemente as vestes roxas do Advento e da Quaresma com rosa, como se dissesse: “Vamos e estamos realmente perto. Você tem que estar feliz porque em breve chegaremos ao nosso destino”.
O texto de hoje é a transcrição fiel do original.